O
Centro Judiciário de Solução de Conflitos e
Cidadania da Comarca de Pelotas (CEJUSC), unidade do Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), participou da III
Jornada de Mediação do TJRS que ocorreu no dia 04 de
setembro em Porto Alegre.
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Juiz Coordenador e Gestora do CEJUSC - Pelotas, com os Mediadores Certificados na III Jornada de Mediação |
No
evento, que contou com as presenças do Presidente e
Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
Coordenadora e Membros do NUPEMEC, dentre outras autoridades e teve
como palestrantes convidados o Ministro Conselheiro do CNJ Emmanuel
Campelo de Souza, o Dr. Adolfo Braga, o Dr. Juan Tausk e o Dr. Daniel
Achutti, ocorreu também a certificação dos
Mediadores.
Na III
Jornada de Mediação que teve como enfoque “A Mediação
como Marco Transformador do Poder Judiciário” foram
abordados nas palestras os seguintes temas: “Mudanças Na
Política Pública Nacional Em Meios Consensuais Face às
Novas Propostas Legislativas”, “A Mediação Nas
Questões Cíveis”, “Mediações Em
Conflitos Familiares” e “Práticas Autocompositivas No
Âmbito Penal”
Confira a
notícia abaixo, veiculada no sítio virtual do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:
Jornada de Mediação no TJ dissemina
ventos da pacificação social
da Mediação: compreensão, paz, respeito, diálogo, entendimento(Fotos: Eduardo Nichele)
O Presidente do TJ falou das mudanças ocorridas no âmbito do Judiciário. A nossa missão vai além da decisão de conflitos através da elaboração de sentenças. Nossa principal função, agora, objetiva a pacificação social, mediante uma atuação de liderança que deve ser desempenha por todos os magistrados, acrescentou. Disse, ainda, que depois da abertura democrática chegou-se à Constituição de 1988, denominada Constituição Cidadã que assegurou inúmeros direitos que somente são assegurados pelo Poder Judiciário, muitas vezes em consequência da ausência de políticas públicas. O Desembargador Aquino se disse orgulhoso pelo trabalho desenvolvido por magistrados, servidores e voluntários que trabalham pela difusão e incentivo à mediação.
O 1º Vice-Presidente do TJ e Presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), Desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, recordou que a primeira iniciativa de estímulo à conciliação se deu em 1982. Naquele ano, o magistrado Antonio Guilherme Tander Jardim, da Comarca de Rio Grande, criou o primeiro Juizado de Pequenas Causas. Não havia legislação, mas esta atividade pioneira, que já existia nos Estados Unidos, depois da experiência de Rio Grande se estendeu para todo o Brasil, comprovando sua eficácia e pioneirismo, comemorou.
Conselheiro do CNJ (D), ao lado do Presidente e 1º Vice do TJ (E), advertiu
que pesquisas mostram que sentença não é solução efetiva para os conflitos
A magistrada lembrou dos convênios firmados com universidades e uma série de instituições, além de cursos de capacitação ministrados fora do Estado, bem como a realização de encontros de formação continuada, a participação nos cursos de formação de novos magistrados e a atuação nos Cursos de Atualização de Magistrados (CAM). Citou a produção de vídeos e de material de divulgação, além do desenvolvimento do Programa de Preparação à Aposentadoria e a conquista de diversos prêmios nacionais e internacionais. Enfatizou, ainda, a importância da interiorização da mediação com a formação de equipes em todas as Comarcas, através dos CEJUSC.
Autoridades do TJ e de instituições estaduais prestigiaram a abertura
da Jornada, manifestando apoio à cultura da paz
Em seguida, o Ministro Conselheiro do CNJ, Emmanuel Campelo de Souza, ministrou palestra sob o tema Mudanças da política pública nacional em meios consensuais face às novas propostas legislativas. Ele falou das inovações ao acesso à Justiça, lembrando que atualmente existem no país mais de 90 milhões de processos, com incrementos de 2 milhões de feitos a cada ano e da alta taxa de congestionamento. A sentença judicial não pode ser regra para a solução de conflitos, advertiu. Pelo grau de insatisfação dos jurisdicionados se vê que a sentença não é instrumento para a solução efetiva dos conflitos.
O representante do CNJ acrescentou que o
Judiciário deve desempenhar um papel de articulador não exclusivo, mas
principal, nos métodos de consensualização. É preciso estimular o
envolvimento de usuários parceiros para a consolidação da Justiça consensual. E
neste aspecto a realização das Semanas Nacionais de Conciliação são muito
importantes, explicou.
Desembargadoras Vanderlei Kubiak, Coordenadora do NUPEMEC, e Genacéia Alberton, responsável
pela área da Mediação no TJ, grandes incentivadoras da busca de soluções consensuais entre as partes
A atividade final desta manhã consistiu na
entrega de certificados de mediadores judiciais formados pelo
NUPEMEC.
ProtocoloAinda esta manhã ocorreu a assinatura de protocolo de intenções entre o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública do Estado, Procuradoria-Geral do Estado e OAB, para a implantação da cultura de métodos consensuais. Também ocorreu a assinatura de convênio entre o Tribunal de Justiça com o Institut Universitaire Kurt Bösch/Asociación Civil Programa de Estúdios Postgrado, da Argentina, para a colaboração e intercâmbio acadêmico para atividades docentes e para a formação de graduação e pós-graduação de mediadores, estágios e práticas de resolução pacífica de conflitos.
Mediadores receberam no final da manhã certificados
do curso ministrado a 58 pessoas
Participantes da Jornada lotaram o Plenário do TJ,
inclusive com a colocação de cadeiras extras
Mediação nas questões cíveis,
familiares e penais
Cataventos, distribuídos no evento, simbolizam
a disseminação da cultura da paz (Foto: Sergio Trentini)
Ao longo da tarde foram abordadas questões cíveis, penais e familiares acerca do tema, além de pesquisas desenvolvidas.
Mediação Cível
Na abertura o Corregedor-Geral da Justiça, Desembargador Tasso Caubi Soares Delabary, saudou a todos os presentes elogiando a carreira do palestrante Adolfo Braga. Como debatedor convidado estava à mesa o Juiz-Corregedor José Luiz Leal Vieira.
Com o tema: A Medição nas Questões Cíveis, o professor Adolfo Braga destacou a importância da Mediação no âmbito Cível e em diversas áreas e elogiou o crescimento positivo da mediação no Brasil, tecendo elogios à Desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, bem como às Instrutoras Izabel Cristina Peres Fagundes, Gisela Wurlitzer Diniz e à prof. da Uniritter, Cláudia Barbedo, selecionadas para apresentar trabalho desenvolvido na área no X Congresso Mundial de Mediação em Genova, Itália.
Prof. Adolfo Braga (D) enfatizou que na Mediação o resultado depende
das pessoas e sua vontade de efetivamente resolverem o conflito(Foto: Sergio Trentini)
Para o Professor Adolfo, falar de mediação não é necessariamente produzir o resultado. Segundo ele, o resultado depende das pessoas, depende do olhar delas e do momento de cada um. O foco são as pessoas. Citou ainda o que se precisa para ser um mediador: manter o sigilo, a imparcialidade, sensibilidade, ética e o conhecimento dos direitos humanos.
Conflitos familiares
Dando continuidade à III Jornada de Mediação do TJRS foram convidados para participar da mesa debatedora a Desembargadora Genacéia da Silva Alberton, o Juiz Marcelo Malizia Cabral juntamente com o palestrante convidado, Juan Tausk. A magistrada, responsável pela área no TJ, deu as boas-vindas e elogiou a carreira do palestrante. Com o tema Mediação em Conflitos Familiares, o professor e psicanalista argentino Juan Tausk conversou com o público presente.
Argentino Juan Tausk falou sobre conflitos familiares
e a construção da confiança(Foto: Sergio Trentini)
Conversou sobre a validade dos acordos, como é a Mediação em outros países, as várias formas de trabalhar com conflitos incluindo a possibilidade de renúncia, a construção da confiança, o que se aprende com a experiência de famílias em conflito buscando sempre a solução.
Pesquisas
Cibele Cheron apresentou sua pesquisa sobre Ética, Autocomposição e Empoderamento: Um olhar sobre o manejo dos conflitos a partir de referencial endógeno. Cibele defendeu o conflito - causa da mediação - como uma maneira de perceber a si e ao mundo e como algo inevitável, mas com grande potencial transformador.
Cibele e Suzana (D) apresentaram pesquisas sobre o tema(Foto: Sergio Trentini)
Mediação penal
As apresentações foram sucedidas pela mesa presidida pelo Juiz-Corregedor e integrante do NUPEMEC, Daniel Englert Barbosa, que contou com a participação do advogado criminalista Daniel Achutti e do Juiz de Direito e coordenador do CEJUSC de Caxias do Sul, Leoberto Narciso Brancher.
O tema em discussão foram as Práticas Autocompositivas no Âmbito Penal. Achutti apresentou o histórico da implantação da mediação penal de adultos na Bélgica, onde estudou. Foram discutidos também os desafios e os benefícios deste tipo de prática em um local como o Brasil, considerando-se o atual contexto de hiperencarceramento.
Advogado Daniel Achutti (C) falou sobre os desafios de aplicar a mediação
penal no Brasil, que tem cultura de hiperencarceramento(Foto: Henrique Delllazeri)
EXPEDIENTETexto: Fabiana de Carvalho Fernandes e Júlia
Bertê
Assessora-Coordenadora de Imprensa: Adriana Arend
imprensa@tj.rs.gov.br
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