José Luiz Leal Liveira
Há quase uma década temos participado dos cursos de formação de novos Juízes de Direito promovidos pelo Tribunal de Justiça do RS.
Começamos a formação com uma pesquisa em que os
novos Magistrados saem às ruas para ouvir a comunidade sobre sua
satisfação com a justiça gaúcha e sobre os pontos que precisam
ser melhorados.
Invariavelmente, somos demandados por uma
justiça mais rápida e mais próxima das pessoas.
A
partir dessas percepções, convocamos os novos Juízes à constante
e necessária construção de uma justiça de proximidade.
Falamos
a eles que o Juiz deve estar sempre disposto a ouvir a todos, com
disponibilidade diária para atender e ouvir a comunidade, partes em
processos e advogados.
Conclamamos a todos ao
desenvolvimento de programas de escuta e prestação de atendimento
em comunidades periféricas e distantes.
Provocamos a
reflexão de que o Juiz deve conquistar e não impor sua autoridade e
que a legitimidade do Poder Judiciário e a autoridade moral do
Magistrado são conquistas que resultam de trabalho exemplar e de uma
relação de proximidade e empatia com a comunidade e seus
desafios.
Sublinhamos que o Juiz deve agir, sempre, com
educação, discrição, cortesia, serenidade e nunca com
prepotência, arrogância e autoritarismo.
Acentuamos que
o exercício da Magistratura vai muito além da prestação
jurisdicional, pois o Juiz deve ter responsabilidade social e agir na
busca da realização plena da cidadania e da paz
social.
Proclamamos que o Poder Judiciário deve estar ao
lado da comunidade e colaborar com as pautas coletivas que conduzam à
digndade da pessoa humana, à redução das desigualdades socias e à
justiça social.
Sublinhamos que o Juiz deve participar da
vida de sua comunidade e que deve utilizar sua natural liderança
proativamente, coordenando, provocando e participando de ações em
favor da cidadania e da paz social.
Por fim, assinalamos
que o Juiz deve comprometer-se com a democratização do acesso à
justiça, informando a comunidade sobre seus direitos, deveres, sobre
as formas de acesso à justiça, o funcionamento do sistema de
justiça, com aproximação das escolas, comunidades e movimentos
sociais.
Enfim, estamos, todos, cuidadosamente ,
construindo uma justiça acolhedora, acessível, eficiente,
solidária, uma justiça de proximidade!
José Luiz Leal
Vieira (jllvieira@tjrs.jus.br) e Marcelo Malizia Cabral
(mmcabral@tjrs.jus.br), Juízes de Direito no RS.
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