terça-feira, 9 de abril de 2019

IFSul busca alternativas com a justiça restaurativa


Na tarde da última terça-feira (08), O Juiz de Direito Marcelo Malizia Cabral compareceu a uma reunião no Instituto Federal Sul Rio-Grandense (IFSul), com finalidade de discutir sobre justiça restaurativa. Na ocasião estavam presentes os professores da área de Educação Física da instituição, e Carlos Corrêa, diretor do Câmpus Pelotas.


O Instituto convidou o Juiz Marcelo Cabral com o objetivo de dialogar sobre alternativas, com intuito de adaptar princípios da justiça restaurativa às regras referentes aos clássicos ‘jogos intercursos’promovidos há anos pela escola. O Diretor do instituto, Carlos Corrêa, deu início à reunião e passou a palavra para Marcelo Cabral, que foi ouvido atenciosamente por todos presentes, dos quais posteriormente puderam fazer questionamentos.


O Juiz de direito Marcelo Cabral é egresso da O Juiz de direito Marcelo Cabral é egresso da instituição, formou-se como técnico em química em 1988.


Os jogos intercursos têm como finalidade promover o trabalho em equipe, o esforço em conjunto pelos participantes, mas que no decorrer dos últimos anos culminou com o crescimento do sentimento de rivalidade entre os cursos, o que gerou a preocupação da escola para que se buscasse alternativas que previnam que os jogos tornem-se um evento que afete negativamente a boa relação entre os estudantes. Há a preocupação por parte da instituição para que sejam revistos itens nas regras já estabelecidas, para que sejam repensadas estratégias que atualmente visam a punição, em vez de educação.

Ao falar sobre a justiça restaurativa, o Juiz de Direito Cabral, fez um breve resumo de como a justiça restaurativa começou a fazer parte da realidade das escolas, salientou os bons resultados obtidos nas instituições que começaram a utilizar a técnica da justiça restaurativa, que tem origem indígena, onde os participantes sentam-se em círculo e passam entre si o ‘objeto da palavra’, qual dá o direito de fala à aquele que o possuir em mãos.

A justiça restaurativa é um contramovimento à justiça tradicional, pois não visa diretamente a punição, mas sim, a autorresponsabilidade daquele que comete alguma infração. Tem como premissa fazer com que o infrator compreenda que tomou uma atitude incorreta, a partir da educação e dialogo. É uma técnica de solução de conflitos que promove a escuta das vítimas e dos ofensores.

Professores do IFSul de Educação Física participaram da reunião e dialogaram visando resolver os problemas pertinentes aos jogos intercursos.

O IFSul estuda possibilidades que promovam o bom relacionamento entre os cursos durante os jogos. Atualmente o curso que atingir um determinado número de pontos por infrações acaba sendo impedido de participar dos jogos na edição seguinte, o que culmina no distanciamento deste com os demais. Durante a reunião, foi apresentada a possibilidade do curso realizar uma série de atividades para que seja reintegrada aos jogos.

A principal alternativa proposta por Marcelo Cabral foi de criar-se um comitê dos jogos, composto por representantes dos cursos, professores e demais participantes que compõem o evento. A possibilidade prevê que sejam discutidas as regras pertinentes aos jogos, para que sejam revistas e fortalecidas por todos. Uma regra que é constituída e legitimada por todos tem mais chance de ser respeitada.

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