segunda-feira, 27 de maio de 2019

PROJETO BONS VIZINHOS TEM CELEBRAÇÃO NO RESIDENCIAL ELDORADO


O Eldorado recebeu na tarde da última sexta-feira (24), a celebração de conclusão do trabalho técnico social. O projeto teve duração de 13 meses no residencial, do qual possibilitou que os moradores pudessem a partir das técnicas da justiça restaurativa, desenvolver uma relação de aproximação entre os integrantes do loteamento, para que fossem resolvidas através do diálogo as situações de conflito.

Estiveram presentes na celebração, o Secretário de Habitação, Ubirajara Leal, O Juiz de Direito e Coordenador do CEJUSC, Marcelo Cabral, os facilitadores que atuaram no loteamento, Francisco Paiva e Wilma Costa de Souza, além da Prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.



Marcelo Cabral e os facilitadores Wilma e Francisco representantes da justiça restaurativa.   |   Foto: Pablo Gimenes


A tarde foi de celebração e sensação de dever cumprido. Iniciado o momento de fala, Marcelo Cabral, ouvido por aproximadamente 40 moradores do residencial, falou sobre a construção da paz nos bairros, da necessidade de que exista o dialogo para a boa relação entre os moradores, para que assim seja mantido uma situação de agradável convívio para todos que vivem na região. Cabral fez questão de lembrar a disposição dos facilitadores que se dispuseram a realizar atividades no Eldorado para que prestem auxílio quando necessário, mas salientou que os moradores que participaram das atividades do projeto Bons Vizinhos, agora são 'Agentes da Paz', termo que já havia sido escolhido em reunião sobre a continuação do projeto Bons Vizinhos. A ideia é que os moradores possam dar continuidade com as atividades no loteamento autonomamente, possibilitando que a boa relação entre os integrantes da região siga próspera.


Prefeita Paula Mascarenhas em momento de fala durante a celebração.   |   Foto: Pablo Gimenes


A Prefeita Paula Mascarenhas iniciou sua fala elogiando o trabalho feito por Cabral, que participa ativamente de diversas atividades com a justiça restaurativa no município, visando por meio do dialogo resolver e prevenir conflitos entre moradores de comunidades de Pelotas. Paula cita que hoje o loteamento, composto por 420 residências, colhe os frutos do projeto, acrescenta ainda que o bairro seguirá prosperando pelas mãos dos moradores, mas que a prefeitura se dispõe a ouvir sempre que for necessário e a dar apoio às causas pertinentes ao Eldorado.

Colhe o que se planta


As atividades realizadas pelo projeto trouxeram bons resultados para o Eldorado. Os moradores que participaram do projeto salientam o acréscimo que tiveram ao estarem presentes nos encontros que ocorreram nestes 13 meses. O fato mais comentado pelos moradores é a aproximação que tiveram ao longo do projeto. Tornando-se mais próximos, fomentando o respeito entre os integrantes, estabeleceu-se uma relação de boa vivência no bairro, onde os moradores deixaram de ser apenas vizinhos, para se tornarem amigos. A moradora Tainara dos Santos participou do projeto desde o quinto encontro, quando foi convidada a participar e desde então participou até o encerramento.

“A gente conseguiu se conhecer melhor e a gente tornou um grupo mais unido. A gente começou a se falar mais, antes ninguém conversa, nem fazia questão de se conhecer. Quando começou o grupo, a gente começou a se escutar, dar conselhos, e acabou sendo bem legal pra gente se conhecer”, relatou.

Tainara ainda menciona que se debateu muitas vezes nos encontros e que ela pôde levar para dentro de sua casa, o questionamento quanto ao uso excessivo do celular. “Era telefone na mesa, telefone pra qualquer coisa, tudo era o telefone. A maioria começou a tirar para conversar mais, na hora do almoço, do jantar”. Ainda mencionou quanto ao respeito com o próximo, e a tentativa de dialogo antes de exceder a um conflito, o que diz lhe trouxe um grande ensinamento sobre como lidar com as pessoas no dia a dia.

Tarde de homenagem


Dona Neiva foi a grande homenageada da sexta-feira. A moradora abriu as portas de sua casa para a realização do Bons Vizinhos após problemas com a barraca que utilizavam ser danificada por fenômenos climáticos. A solidariedade de receber o projeto em sua residência foi reconhecido por todos envolvidos no projeto, inclusive os facilitadores de Justiça Restaurativa, Francisco Paiva e Vilma de Souza.
A homenageada também mencionou o aprendizado quanto a questões e boa convivência que obteve durante as atividades que participou.

“Aprendi a lidar com as pessoas, a conversar, a ter calma, ter paciência e respeito. Respeito em tratar as pessoas, em entender o próximo”, contou.

Dona Neiva foi homenageada por gentilmente oferecer sua casa para que fosse prosseguido o projeto.   |   Foto: Pablo Gimenes


Ampliação do projeto bons vizinhos


No mês de Abril foi realizada uma reunião com a finalidade de debater sobre a continuidade do Projeto Bons Vizinhos. Na ocasião, foram apresentadas as demandas necessárias para a continuidade do projeto, tanto por parte da Secretaria de Habitação, quanto pelos facilitadores que participaram ativamente no dia a dia do projeto. Os participantes debateram sobre as experiências e os resultados obtidos pelo projeto, do qual foram apontados erros e acertos sobre as atividades feitas até o momento, para que assim fossem traçadas estratégias a serem seguidas. Uma das possibilidades apontadas durante a reunião e que ficou estabelecida é a de que durante as próximas atividades do projeto, um representante da Secretaria estará sempre presente nos encontros, funcionando com uma espécie de ouvidor das demandas da comunidade.

O projeto Bons Vizinhos cumpriu com os 30 círculos previstos em cada residencial construído pela habitação popular Minha Casa Minha vida, sendo o encerramento em janeiro deste ano no residencial Eldorado.

Com o auxílio de facilitadores e utilização da metodologia da justiça restaurativa, realizam-se círculos de construção da paz nas comunidades com o objetivo de desenvolver valores sociais de convivência como empatia, solidariedade, respeito ao próximo, evitando-se conflitos e construindo-se relacionamentos mais pacíficos entre os moradores desses condomínios.

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