quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

MEDIAÇÃO RESOLVE CONFLITO DE TRINTA ANOS E REAPROXIMA FAMILIARES, EM PELOTAS, RS

Família Portugal reaproxima-se e comemora sucesso da mediação. À direita, em pé, professora Simone e as mediadoras Ana Paula  e Vanessa
Esperávamos há trinta anos este encontro!” Assim João Francisco Portugal definiu a sessão de mediação em que firmou o termo de acordo com os irmãos e os sobrinhos, realizada na tarde do último dia 1.º de dezembro, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da Comarca de Pelotas, RS.

O caso tratava de um imóvel de herança, e havia sido levado à justiça comum para a solução, mas sem tratativas possíveis.

Passadas mais de três décadas, dois herdeiros procuraram o Serviço de Atendimento Jurídico da Universidade Federal de Pelotas (SAJ-UFPel), no Rio Grande do Sul, a fim de poderem vender o imóvel de propriedade comum. “A questão era complicada. E, pela complexidade do processo, a solução litigiosa era quase impossível”, explica a professora Simone Tassinari Cardoso, do SAJ-UFPel, e também mediadora. Ela conta que já havia outras oportunidades, em duas ações, em que não foi possível a solução judicial.

A ausência da burocracia, a rapidez, e a certeza do sucesso a gente não consegue ter na via comum da Justiça, na audiência comum”, aliviou a herdeira e também advogada Emilene Portugal, que acabou adquirindo a casa. Ela ainda afirmou que o que mais lhe impressionou na mediação é “a informalidade levada a sério: cada um ter sua oportunidade de falar e ser ouvido, sem rigorismos, esse é o caminho para que muitos casos deem certo”.

Ao fim de três encontros, realizados no Foro da Comarca de Pelotas, os mediandos puderam refazer uma foto da família e fizeram questão de organizar uma rodada de agradecimentos, especialmente ao trabalho desenvolvido pelas mediadoras Vanessa Souza Silva e Ana Paula Henrique Campos. “É uma equipe dez! Não impõem as coisas: conversam, e fazem com que a gente entenda tudo bem direitinho, e pense o que deve fazer. A gente vê que elas são vocacionadas pra isso!”, pondera Santo Jesus de Lima Portugal.

Satisfeitas, as mediadoras classificaram o trabalho como gratificante. “Fomos as facilitadoras de um diálogo que estava marcado havia muito tempo. O início foi difícil, trancado. Mas depois se permitiram até abraços”, falou Vanessa. Emocionada, sua colega mediadora Ana Paula concluiu que “essa família é um exemplo de que o passado deve dar uma oportunidade para o diálogo, para as relações que o amor construiu”.

De acordo com o Juiz de Direito Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas, Marcelo Malizia Cabral, “casos como este demonstram o poder da mediação em resolver conflitos e reaproximar as pessoas, promovendo a paz e o entendimento, missão primeira do Poder Judiciário”.

Mediação –  Na mediação, as pessoas envolvidas buscam tratamento para o conflito contando com a ajuda de um mediador, terceiro, que não tem poder de decisão, mas que facilita a comunicação na busca da construção autônoma de uma resposta que satisfaça as partes. Dentre suas vantagens estão a valorização da cidadania, o estabelecimento de clima de respeito entre os envolvidos, o reforço da cultura da paz, a prevenção e a redução da violência e a rapidez no tratamento do conflito.

Contato – O atendimento no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas é realizado de segundas a sextas-feiras, das 9h às 18h, na sala 706 do Foro de Pelotas, 7.º andar, na Avenida Ferreira Viana, n.º 1134, telefone (53) 32794900, ramal 1737, blog conciliacaopelotas.blogspot.com.br, e-mail conciliamediaplt@tj.rs.gov.br.


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