Família Portugal reaproxima-se e comemora sucesso da mediação. À direita, em pé, professora Simone e as mediadoras Ana Paula e Vanessa |
“Esperávamos
há trinta anos este encontro!” Assim João
Francisco Portugal definiu a sessão de mediação
em que firmou o termo de acordo com os irmãos e os sobrinhos,
realizada na tarde do último
dia 1.º de dezembro, no Centro Judiciário de Solução
de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da Comarca de Pelotas, RS.
O
caso tratava de um imóvel de herança, e havia sido
levado à justiça comum para a solução,
mas sem tratativas possíveis.
Passadas
mais de três décadas, dois herdeiros procuraram o
Serviço de Atendimento Jurídico da Universidade Federal
de Pelotas (SAJ-UFPel), no Rio Grande do Sul, a fim de poderem vender
o imóvel de propriedade comum. “A questão era
complicada. E, pela complexidade do processo, a solução
litigiosa era quase impossível”, explica a professora Simone
Tassinari Cardoso, do SAJ-UFPel, e também mediadora. Ela conta
que já havia outras oportunidades, em duas ações,
em que não foi possível a solução
judicial.
“A
ausência da burocracia, a rapidez, e a certeza do sucesso a
gente não consegue ter na via comum da Justiça, na
audiência comum”, aliviou a herdeira e também advogada
Emilene Portugal, que acabou adquirindo a casa. Ela ainda afirmou que
o que mais lhe impressionou na mediação é “a
informalidade levada a sério: cada um ter sua oportunidade de
falar e ser ouvido, sem rigorismos, esse é o caminho para que
muitos casos deem certo”.
Ao
fim de três encontros, realizados no Foro da Comarca de
Pelotas, os mediandos puderam refazer uma foto da família e
fizeram questão de organizar uma rodada de agradecimentos,
especialmente ao trabalho desenvolvido pelas mediadoras Vanessa Souza
Silva e Ana Paula Henrique Campos. “É uma equipe dez! Não
impõem as coisas: conversam, e fazem com que a gente entenda
tudo bem direitinho, e pense o que deve fazer. A gente vê que
elas são vocacionadas pra isso!”, pondera Santo Jesus de
Lima Portugal.
Satisfeitas,
as mediadoras classificaram o trabalho como gratificante. “Fomos as
facilitadoras de um diálogo que estava marcado havia muito
tempo. O início foi difícil, trancado. Mas depois se
permitiram até abraços”, falou Vanessa. Emocionada,
sua colega mediadora Ana Paula concluiu que “essa família é
um exemplo de que o passado deve dar uma oportunidade para o diálogo,
para as relações que o amor construiu”.
De
acordo com o Juiz de Direito Coordenador do Centro Judiciário
de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de
Pelotas, Marcelo Malizia Cabral, “casos como este demonstram o
poder da mediação em resolver conflitos e reaproximar
as pessoas, promovendo a paz e o entendimento, missão primeira
do Poder Judiciário”.
Mediação
– Na mediação, as
pessoas envolvidas buscam tratamento para o conflito contando com a
ajuda de um mediador, terceiro, que não tem poder de decisão,
mas que facilita a comunicação na busca da construção
autônoma de uma resposta que satisfaça as partes. Dentre
suas vantagens estão a valorização da cidadania,
o estabelecimento de clima de respeito entre os envolvidos, o reforço
da cultura da paz, a prevenção e a redução
da violência e a rapidez no tratamento do conflito.
Contato
– O atendimento no
Centro Judiciário de Solução de Conflitos e
Cidadania da Comarca de Pelotas é realizado de segundas a
sextas-feiras, das 9h às 18h, na sala 706 do Foro de Pelotas,
7.º andar, na Avenida Ferreira Viana, n.º 1134, telefone
(53) 32794900, ramal 1737, blog conciliacaopelotas.blogspot.com.br,
e-mail conciliamediaplt@tj.rs.gov.br.
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