quinta-feira, 30 de abril de 2015

ESCOLA MUNICIPAL GETÚLIO VARGAS CELEBRA A PAZ, EM PELOTAS

Círculos restaurativos e de construção da paz estão se tornando realidade nas escolas da rede municipal de Pelotas, trabalho que é fruto de parceria entre o Município de Pelotas e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul para a implantação de Núcleos de Justiça Restaurativa nas escolas de rede municipal com o objetivo de prevenir e tratar a violência ocorrida no ambiente escolar e em seu entorno.

Na manhã do último sábado, 25 de abril, estudantes, pais, professores e servidores da Escola Municipal Getúlio Vargas, situada no bairro Getúlio Vargas, em Pelotas, reuniram-se para celebrar o aniversário de 24 anos do educandário, bem como a harmonia e a paz com que vive a comunidade escolar.

Aniversário - Escola Getúlio Vargas - Alunos e Diretora Patrícia cantando Parabéns à Escola
As comemorações foram conduzidas pela Diretora da Escola, Patrícia Reis e prestigiadas pelo Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas (CEJUSC), Marcelo Malizia Cabral e pelas facilitadoras de Justiça Restaurativa que atuam na Escola há um ano, Marilaine Lascano Furtado Furmann e Selma Mazza, que abriram as atividades com palestra sobre a construção da paz na comunidade.

Facilitadoras de Justiça Restaurativa Marilaine (esquerda) e Selma e a Diretora da Escola, Patrícia, falando a comunidade escolar 
Desde a instalação do Núcleo de Justiça Restaurativa na Escola, no início de 2014, a comunidade escolar reúne-se em círculos restaurativos semanalmente para tratar de temas como respeito ao próximo, direitos e deveres, perdão, entendimento e construção da paz.

Círculo Restaurativo na Escola Getúlio Vargas
Os trabalhos na Escola estão sendo conduzidos pelas facilitadoras de Justiça Restaurativa Marilaine Lascano Furtado Furmann e Selma Mazza e supervisionados pelo Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas (CEJUSC), Marcelo Malizia Cabral.

Aniversário - Escola Getúlio Vargas - Juiz Marcelo Malizia Cabral falando à comunidade escolar
Aniversário - Escola Getúlio Vargas - Apresentação dos alunos celebrando a amizade e a Paz
De acordo com Malizia, “neste novo modelo de gestão de conflitos, Justiça e Escola, de mãos dadas entre si e também com estudantes, professores, servidores e comunidade, desenvolvem ações para prevenir e tratar a violência presente no ambiente escolar e em seu entorno, resgatando, por meio do diálogo, da empatia e da autorresponsabilização, princípios éticos e morais necessários ao convívio social harmônico, com a utilização de ferramentas da Justiça Restaurativa”.

Para a Orientadora Educacional da Escola Municipal Getúlio Vargas, Liciani Scaglioni, o trabalho da Justiça Restaurativa e os círculos restaurativos estão desenvolvendo um ambiente mais pacífico na escola, trabalhando valores e fortalecendo vínculos.


O CEJUSC da Comarca de Pelotas conta com 25 facilitadores justiça restaurativa capacitados pelo TJRS em curso ministrado pela Escola Superior da Magistratura, sob a responsabilidade de Kay Pranis, americana, líder internacional em Justiça Restaurativa.
Facilitadores de Justiça Restaurativa que atuam no CEJUSC Pelotas


Blog – Buscando primar pela transparência e facilitar o acesso da população à justiça, o CEJUSC mantém blog, onde podem ser conferidas suas atividades, por meio do endereço conciliacaopelotas.blogspot.com

Contato –  O atendimento do CEJUSC é realizado de segundas a sextas-feiras, das 9h às 18h, na sala 706 do Foro de Pelotas, 7.º andar, na Avenida Ferreira Viana, n.º 1134, telefone (53) 32794900, ramal 1737, e-mail conciliamediaplt@tj.rs.gov.br.


ARTIGO - JUSTIÇA E ESCOLA DE MÃOS DADAS NA PROMOÇÃO DA PAZ

As relações humanas são complexas e sempre revelam-se uma rica fonte de conflitos, especialmente em uma sociedade onde os interesses individuais sobrepõem-se aos coletivos.

Somos educados para viver em um mundo em que cada um pensa, age e busca seu benefício próprio; devemos ser os melhores naquilo que fazemos e ultrapassar, a qualquer preço, todos os obstáculos para a obtenção de nossas conquistas pessoais.

Vivemos em um mundo em que as relações são superficiais, em que valemos mais em razão da aparência e daquilo que temos do que em função de nossos valores e princípios éticos e morais.

Nesse mundo, onde o indivíduo deve buscar a melhor posição possível mesmo que em detrimento de seu semelhante, onde os espíritos de comunidade e fraternidade não preponderam, onde o respeito ao outro não constitui valor fundamental, os conflitos afloram com pujança.

A escola reflete todas essas mazelas de nossa sociedade, fazendo com que se tornem comuns cenas de desconsideração com o próximo, de desrespeito aos direitos do outro, de humilhações àqueles com quem não nos identificamos, de inobservância a regras de convívio social, de todas as formas de violência.

Os frutos dessa desordem social são notícias diárias de depredação de escolas, de agressões físicas e verbais de estudantes para com professores e vice-versa, de perseguições e agressões entre colegas de sala, que geram mais violência envolvendo grupos e familiares.

Exatamente no objetivo de transpor essa realidade, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o Município de Pelotas estão firmando convênio para a implantação de Núcleos de Práticas Restaurativas nas Escolas do município.

Neste novo modelo de gestão de conflitos, Justiça e Escola, de mãos dadas entre si e também com estudantes, professores, servidores e comunidade, desenvolverão ações para prevenir e tratar a violência presente no ambiente escolar e em seu entorno, resgatando, por meio do diálogo, da empatia e da autorresponsabilização, princípios éticos e morais necessários ao convívio social harmônico, com a utilização de ferramentas da Justiça Restaurativa.

Que esse círculo integrado por Justiça, Escola e comunidade possa restaurar relações, reconstruir vidas e edificar um ambiente escolar e uma sociedade com menos violência e mais harmonia e paz !

Marcelo Malizia Cabral, Juiz de Direito Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas, RS – maliziacabral@gmail.com

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