quarta-feira, 8 de março de 2023

MAGISTRADO PARTICIPA DE PALESTRA SOBRE DIREITO À CIDADE NA UFPEL


Mesa Redonda do Simpósio Direito à Cidade.

Na última terça-feira (7), o Coordenador do CEJUSC Regional de Pelotas, Dr. Marcelo Malizia Cabral, participou do Simpósio Direito à Cidade em um debate público sobre as demandas da população, ofertado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPEL.


O Magistrado participou da segunda mesa redonda do evento e debateu ao lado do Kilombo Urbano Canto de Conexão e dos docentes da UFPEL, Dr. Maurício Polidori e Dr. André Carrasco. 


Assuntos envolvendo desigualdades sociais e o direito à cidade em Pelotas foram debatidos por duas horas durante o evento. “A posse e a propriedade são como como uma luta de classes, de ideologias e de pessoas em posições diferentes. Vivemos em um regime capitalista, onde as pessoas estão autorizadas a serem proprietárias de bens e se beneficiar de um imóvel. A lei brasileira afirma que toda propriedade deve ter uma função social, somente alguém pode ser proprietário de algo se der uma destinação social, ou seja, uma propriedade deve servir a um bem comum,” pontuou Malizia em sua fala.


“Se em Pelotas há uma propriedade privada que não está atendendo a sua finalidade social, não está trazendo frutos para a sociedade ou traz prejuízos urbanísticos, sanitários ou de imagem, a comunidade pode apropriar-se dessa propriedade por meio da desapropriação. Quem tem a possibilidade de fazer isso é o Poder Público. A propriedade precisa ter uma mais-valia para a comunidade,” completa o Juiz de direito.


Simpósio Direito à Cidade.

O docente da Universidade Federal de Pelotas, Dr. André Carrasco, afirma que a ocupação é uma consequência da realidade urbana. “O gesto de revitalização da Ocupação Canto de Conexão, de um imóvel vazio e abandonado para o prédio que é hoje, foi um gesto tremendo de insurgência que está sendo imposto enquanto realidade urbana no Brasil e na cidade de Pelotas.”


O assessor jurídico do Kilombo Urbano Canto de Conexão, Glauco,  também comentou sobre a revitalização do local. “Hoje a vizinhança se sente mais segura, aparada e acolhida. Não só pelas refeições que são feitas semanalmente, mas pelo espaço aberto a comunidade, seja para utilizar internet, sala de música, pegar um livro ou pela troca de experiências que partem das conexões daquela esquina.”


O Simpósio termina na quinta-feira (9), com início às 10h, a programação inclui oficinas de agricultura familiar, intervenções urbanas, um café no Largo do Mercado Público e o lançamento do Congresso Direito à Cidade.

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