quarta-feira, 29 de junho de 2016

ESCOLA MUNICIPAL GETÚLIO VARGAS CELEBRA A PAZ, EM PELOTAS

Círculos restaurativos e de construção da paz estão se tornando realidade nas escolas da rede municipal de Pelotas, trabalho que é fruto de parceria entre o Município de Pelotas e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul para a implantação de Núcleos de Justiça Restaurativa nas escolas da rede municipal com o objetivo de prevenir e tratar a violência ocorrida no ambiente escolar e em seu entorno.
Círculo Restaurativo na Escola Municipal Getúlio Vargas, em Pelotas-RS, 30/10/2014

Na tarde da última terça-feira, 28 de junho, professores e servidores da Escola Municipal Getúlio Vargas, situada no bairro Getúlio Vargas, em Pelotas, reuniram-se para celebrar os três anos de atuação da Justiça Restaurativa no educandário, bem como a harmonia e a paz com que vive a comunidade escolar.
Aniversário Escola Municipal Getúlio Vargas - Facilitadoras de Justiça Restaurativa Marilaine (esq.), Selma e a Diretora da Escola

O círculo de celebração foi conduzido pelas pelas facilitadoras de Justiça Restaurativa que atuaram na Escola nestes três anos, Marilaine Lascano Furtado Furmann e Selma Mazza e prestigiado pelo Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas (CEJUSC), Marcelo Malizia Cabral.

Professores e Servidores da Escola realizaram Círculo para celebrar os 3 anos de Justiça Restaurativa na Escola
Desde a instalação do Núcleo de Justiça Restaurativa na Escola, no ano de 2013, a comunidade escolar reúne-se em círculos restaurativos semanalmente para tratar de temas como respeito ao próximo, valores sociais, direitos e deveres, perdão, tolerância, entendimento e construção da paz.

De acordo com Malizia, “neste novo modelo de gestão de conflitos, Justiça e Escola, de mãos dadas entre si e também com estudantes, professores, servidores e comunidade, desenvolvem ações para prevenir e tratar a violência presente no ambiente escolar e em seu entorno, resgatando, por meio do diálogo, da empatia e da autorresponsabilização, princípios éticos e morais necessários ao convívio social harmônico, com a utilização de ferramentas da Justiça Restaurativa”.

Para a Direção, Orientação Educacional, Professores e Servidores da Escola Municipal Getúlio Vargas, o trabalho da Justiça Restaurativa e os círculos restaurativos estão desenvolvendo um ambiente mais pacífico na escola, trabalhando valores e fortalecendo vínculos.

"Nestes três anos foi possível propiciar à comunidade escolar a vivência da justiça restaurativa e agora a própria escola prossegiurá com as práticas", comemoraram as facilitadoras Marilaine e Selma, que elaboraram guia com orientações para a realização de círculos de construção da paz na Escola.
Professores e Servidores registraram o encontro em comemoração aos 3 anos de Justiça Restaurativa na Escola

Justiça Restaurativa - Baseada no diálogo e no respeito a valores para a convivência, a justiça restaurativa proporciona às pessoas envolvidas em algum conflito um ambiente seguro para que dialoguem e busquem a reparação dos danos causados pelo conflito e também construam possibilidades de convívio respeitoso. Em Pelotas, as práticas de justiça restaurativa estão sendo implantadas em Escolas, Centros de Referência em Assistência Social, no Presídio Regional de Pelotas, no sistema socioducativo, em abrigos e no próprio Foro de Pelotas, em ação integrante do Programa de Justiça Restaurativa do TJRS, sob a coordenação do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas (CEJUSC). 

Contato –  O atendimento do CEJUSC é realizado de segundas a sextas-feiras, das 9h às 18h, na sala 409 do Foro de Pelotas, 4.º andar, na Avenida Ferreira Viana, n.º 1134, telefone (53) 32794900, ramal 1409, e-mail cejuscplt@tj.rs.gov.br



ARTIGO - JUSTIÇA E ESCOLA DE MÃOS DADAS NA PROMOÇÃO DA PAZ

As relações humanas são complexas e sempre revelam-se uma rica fonte de conflitos, especialmente em uma sociedade onde os interesses individuais sobrepõem-se aos coletivos.

Somos educados para viver em um mundo em que cada um pensa, age e busca seu benefício próprio; devemos ser os melhores naquilo que fazemos e ultrapassar, a qualquer preço, todos os obstáculos para a obtenção de nossas conquistas pessoais.

Vivemos em um mundo em que as relações são superficiais, em que valemos mais em razão da aparência e daquilo que temos do que em função de nossos valores e princípios éticos e morais.

Nesse mundo, onde o indivíduo deve buscar a melhor posição possível mesmo que em detrimento de seu semelhante, onde os espíritos de comunidade e fraternidade não preponderam, onde o respeito ao outro não constitui valor fundamental, os conflitos afloram com pujança.

A escola reflete todas essas mazelas de nossa sociedade, fazendo com que se tornem comuns cenas de desconsideração com o próximo, de desrespeito aos direitos do outro, de humilhações àqueles com quem não nos identificamos, de inobservância a regras de convívio social, de todas as formas de violência.

Os frutos dessa desordem social são notícias diárias de depredação de escolas, de agressões físicas e verbais de estudantes para com professores e vice-versa, de perseguições e agressões entre colegas de sala, que geram mais violência envolvendo grupos e familiares.

Exatamente no objetivo de transpor essa realidade, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o Município de Pelotas estão trabalahando na implantação de Núcleos de Práticas Restaurativas nas Escolas do município.

Neste novo modelo de gestão de conflitos, Justiça e Escola, de mãos dadas entre si e também com estudantes, professores, servidores e comunidade, desenvolverão ações para prevenir e tratar a violência presente no ambiente escolar e em seu entorno, resgatando, por meio do diálogo, da empatia e da autorresponsabilização, princípios éticos e morais necessários ao convívio social harmônico, com a utilização de ferramentas da Justiça Restaurativa.

Que esse círculo integrado por Justiça, Escola e comunidade possa restaurar relações, reconstruir vidas e edificar um ambiente escolar e uma sociedade com menos violência e mais harmonia e paz !

Marcelo Malizia Cabral, Juiz de Direito Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Pelotas, RS – maliziacabral@gmail.com

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